2004-11-22 - Direitos ao assunto!

22-11-2004 17:11

Conclusões e desejos…

 

Depois de me pronunciar sobre o Congresso do PSD antes de ele se realizar, permitam-me que me pronuncie no “after”… Pedro Santana Lopes recebeu 86% – uma larga maioria – dos votos dos congressistas. Foi eleito, como se esperava, novo Presidente do PSD. São possíveis certas conclusões que com pena não posso desenvolver por falta de espaço. Primeiro, Santana conseguiu unir o Partido à sua volta como Presidente. As afrontas que foram encabeçadas por Marques Mendes não foram de difícil degolação por parte de um exímio interveniente – o que já estávamos habituados. Aqui, parece-me até que com muita facilidade se desmontaria o discurso de alguém que põe em causa políticas, nomeadamente orçamentais, que ele próprio rubricou porque já participara de um Governo que as iniciou. Segundo, Santana percebeu a divisão do partido quanto a um ponto essencial, a coligação com o CDS-PP! A volta dada por Morais Sarmento e depois pelo próprio Santana foi muito elucidativa e oportuna! Se há compromissos assumidos é natural que se cumpram! Assim deve ser! Se o PSD está confortavelmente à frente de uma maioria, deve-o ao CDS-PP! Ninguém se pode esquecer disso! As bases desejam ter intervenção e estão cansadas, como disse o líder, de não respirar sozinhas… Tudo bem! Mas não venham agora destruir um Governo que o PS e a restante oposição ainda não conseguiram fazer! Penso que a mensagem passou… Finalmente, quanto à questão presidencial a surpresa veio de fora, Cavaco diz que a vida política não o atrai… Será que se as sondagens que colocam o PSD tão fraco se inverterem a sua atitude não muda? Uma coisa é certa: para um líder como Cavaco, perder duas corridas eleitorais não ficaria nada bem no currículo!

Não posso terminar sem realçar que, finalmente, o Presidente da Comissão Europeia é um português! Barroso conseguiu moldar a sua equipa em acordo com o Parlamento Europeu. Muito mais que falar sobre as crises institucionais agora solucionadas, é meu desejo – que penso é partilhado por todos – que as políticas comuns, que as reformas a fazer, venham a marcar esta comissão pela positiva! A Europa precisa de se unir e acabar de uma vez por todas com o peso excessivo que os EUA exercem a nível internacional. Quer a nível de política no que toca à presença reforçada de uma Europa unida nas questões internacionais como seja o médio oriente, o Iraque, entre outras, quer a nível de comércio internacional, onde a dependência dos EUA tem que começar a diminuir. Se Barroso o conseguir então valerá a pena.  

 

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José Augusto de Jesus