2004-12-27 - Direitos ao assunto!

Os e-Qualquercoisa…

Num artigo de Novembro do jornal Público noticiava-se que o Governo “cria Agência para a Sociedade do Conhecimento…” Aí se dizia que o Governo pretendia investir em 2005, 380 milhões de euros em projectos ministeriais relacionados com a sociedade da informação. Este artigo que retive serve de mote para mais uma coluna…

Nesta altura, em que o executivo está demitido, apetece-me relembrar estas “vontades” no seguimento do artigo da passada semana. De facto, a novíssima Sociedade do Conhecimento que hoje em dia se apregoa, não se compadece com a “burocracia arcaica” que nos prejudica a todos, nomeadamente, veja-se o caso da Administração Pública. É já imperioso para os cidadãos, para a sua qualidade de vida, que os “e-qualquercoisa” funcionem mesmo! O “e-governo” ou governo electrónico como é chamado, deve ser consolidado de forma a permitir melhores e mais eficientes serviços públicos, redução de burocracias para cidadãos e empresas, criando-se assim suportes de desenvolvimento de qualificação e produtividade. Não é por acaso que somos dos países com mais baixo índice de produtividade. E hoje em dia já ninguém acredita que isso se deve à inércia da classe operária. Nem deverá, por isso, recair nos que trabalham, o ónus de a aumentar. As condições têm de ser criadas. Desde a simples criação de empresas até à marcação de consultas nos centros de saúde ou mesmo nas meras consultas dos dados de cada um, tudo deve passar a ser pensado numa perspectiva do global (mas acessível) em que o meio se chama “Internet”.

O “e-comercio” privado está a desenvolver-se de uma forma muito acelerada. Se o Estado não acompanhar esta evolução, a participação activa que todos pretendemos para crédito da “res-publica”, vai ser muito complicada. Os tais “sub-domínios”, que tratamos anteriormente, que se ligam ao exterior pelas novas tecnologias da informação, precisam de um “botão” que diga “connect”. Se o não encontrarem, não me parece que andem à procura dele muito tempo…

Apesar de atravessarmos um período de “vacas magras”, é bom que os novos governantes que aí vêm, não se esqueçam de um vital esforço financeiro para esta área de investigação e desenvolvimento. Há “génios” que eu conheço que saem de Portugal e são chamados para analisar o comportamento do “e-Government” de outros países. Seria bom que se aproveitassem aqui, já e agora!

Não se trata só (mas também) de aproveitar e desenvolver a banda larga, a computação em rede, os softwares abertos para atingirmos níveis mais satisfatórios para “consumo interno”. É bem pensar que, depois de criadas estas infra-estruturas, elas serão janelas para o mundo! Isto é, a imagem de Portugal que passa para um inglês ou um alemão, por exemplo, não é mais aquela que ele adquire ao vir passar 15 dias ao Algarve… Antes será aquela que ele consegue descortinar nos motores de pesquisa do seu computador pessoal. Isto serve para particulares mas também servirá para empresas e serviços que devemos promover!

PS: Saúde e Sucesso para 2005!  

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José Augusto de Jesus