Associativismo, um caso de cidadania!

21-01-2013 15:03

associativismoFalar de associativismo, é falar de uma forma de organização social, normalmente em regime de voluntariado, em que um conjunto de pessoas procuram satisfazer necessidades individuais.

O conceito de cidadania, por definição, reporta-se a um conjunto de direitos e deveres ao qual o indivíduo está sujeito em relação à sociedade em que vive. E aqui, entroncam especialmente os direitos políticos, aqueles que permitem ao cidadão participar no processo político, nas decisões do governo da sociedade, em que ele se inclui.

Pegando nestes dois conceitos, permitam-me concluir que o associativismo deve ser considerado como uma forma do exercício da cidadania. O direito de associação, consagrado na nossa constituição, é uma forma de participação cívica de grande relevância. Sobretudo, porque na associação, se promove a integração social do indivíduo.

Apesar de podermos integrar o conceito de associação noutros meandros, gostaria de centrar-me naquele que diz respeito ao acesso à cultura, ao desporto, ao lazer e ao recreio. O concelho do Cartaxo tem sido um bom exemplo da vitalidade deste movimento.

Os tempos difíceis que hoje atravessamos, sobretudo as dificuldades que nos são causadas por esta crise económica que parece não ter fim, dão cada vez mais sentido a estas colectividades, que são cada vez mais chamadas a mitigar as omissões de um estado que deveria manter responsabilidades que assumiu. Vejam o que se passa no Cartaxo, um concelho onde, por culpa daqueles que gerem os dinheiros públicos, se acabaram com os protocolos para as colectividades.

Todos se recordam dos desígnios que se assumiram, por exemplo, com o Centro Cultural do Cartaxo. Hoje, e porque não há dinheiro, o fulgor cultural é cada vez mais coberto pela chamada prata da casa. E não se pense que é assim tão mau, basta recordar os espetáculos que nos são oferecidos pelo Ateneu Artístico Cartaxense, pela Sociedade Filarmónica Cartaxense, pela Sociedade Filarmónica Incrível Pontevelense, pela Sociedade Cultural e Recreativa de Vale da Pinta, entre muitas outras colectividades espalhadas pelas freguesias do nosso concelho. São enchentes conseguidas com artistas da terra, projetos bem sucedidos que se vão repetir.

Este é um sucesso que estende para além da cultura, também no caso do desporto as associações demonstram estar vivas apesar dos tais protocolos terem sido eliminados por parte da Câmara. Podemos falar no Estrela Futebol Clube Ouriquense, no Grupo Desportivo de Pontével, no Sport Lisboa e Cartaxo e, mais uma vez, entre muitos outros.

O caso do Sport Lisboa e Cartaxo é bem demonstrativo daquilo que a boa vontade de algumas pessoas permite oferecer à comunidade. Apesar de atravessar uma crise diretiva há já longos meses, a associação mantém-se e ainda consegue criar raízes de sustentabilidade, como foi dado a conhecer na última assembleia geral do clube.

A participação nas associações, o tal caso de cidadania sobre o qual hoje me debruço, permite-me terminar com um apelo. Na próxima sexta-feira há eleições no Ateneu Artístico Cartaxense. Na segunda feira seguinte há eleições no Sport Lisboa e Cartaxo. Nestas associações, como de resto em todas as outras, por tudo o que para trás ficou dito, é imprescindível assumir este exercício de cidadania. Faço votos para que os associados compareçam e permitam com o seu voto sufragar aqueles que voluntariosamente se apresentarem ao ato eleitoral.

Participar nas coletividades não é só um direito, é também o dever de preservar o sucesso de muitas gerações passadas e permiti-lo aqueles que queremos que nunca esqueçam esta nobre identidade.

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José Augusto de Jesus