Em que ficamos?

25-02-2013 15:53

 

Na última Assembleia Municipal do Cartaxo, no passado dia 27 de Dezembro, constava da ordem de trabalhos da reunião, para deliberação, um ponto sobre a Cartágua que dizia o seguinte: Contrato adicional ao Contrato de Concessão da Exploração e Gestão dos Serviços Públicos de Distribuição de Água e de Drenagem de Águas Residuais do Cartaxo ao regime jurídico constante do Decreto – Lei no 194/2009, de 20 de agosto.  
 
A adenda ao contrato da Cartágua previa o aumento gradual das tarifas em 5% ao ano até 2018, sendo que o município deixaria de receber os 490 mil euros/ano de contrapartidas pela concessão para passar receber 3%/ano da faturação, cerca de 150 mil euros por ano. Tal significava uma considerável redução do montante total que cabe ao município pela concessão, perto de 10 milhões de euros. A proposta foi chumbada com os votos contra de toda a oposição e de um deputado socialista, tendo-se registado também 4 abstenções na bancada do PS.
 
Na reunião de câmara desse mesmo dia, Paulo Varanda disse que em 2013 não iria haver aumento das tarifas de consumo de água e saneamento. 
 
Paulo Varanda e alguns eleitos do PS como foi o caso de Fernando Ramos, presidente da Junta de Freguesia de Vale da Pinta defenderam abertamente a adenda da Cartágua.
 
Estranhamente, os cartaxeiros receberam em Janeiro, a acompanhar a fatura da Cartágua, um anexo com o tarifário novo.
 
Entretanto, soubemos há poucos dias que Paulo Varanda agendou para hoje uma reunião com a Cartágua, tendo convocado todo o executivo municipal. Aliás, tal foi motivo para adiar, para a próxima quinta-feira, dia 28, a reunião desse órgão camarário.
 
Para a próxima quinta-feira está também marcada a Assembleia Municipal. Sabemos que os eleitos do Bloco de Esquerda pediram ao presidente da Assembleia Municipal, o socialista Fernando Santos, que incluísse na ordem de trabalhos, um ponto sobre a Cartágua. O pedido não foi deferido alegando Fernando Santos que  o presidente Paulo Varanda tem intenção de incluir esse ponto de para discussão. Ou melhor dizendo, desconfio eu, para deliberação...
 
Recentemente, na apresentação da sua candidatura, Pedro Ribeiro, ele que é o presidente dos socialistas do Cartaxo, referiu expressamente o seguinte: “é urgente abrir uma via negocial com a Cartágua para encontrar soluções que salvaguardem os interesses das populações das nossas empresas, colectividades e instituições”. Pedro Ribeiro reconhece que o atual contrato com a Cartágua não serve os interesses das populações, das empresas, das colectividades e das instituições.
 
Ora permitam-me aqui uma dúvida que desconfio que não é só minha. O que será que irá acontecer na próxima quinta-feira? Como será que o PS do Cartaxo se irá desdobrar, ora no apoio à aprovação de uma adenda que ratifique um novo tarifário, ora na sua recusa para abrir assim a tal via negocial? Será que a engenharia partidária vai permitir ter o PS dos dois lados? 
 
Para que não se “meta mais água” (a expressão vem mesmo a propósito), será que é desta que as “comadres” desatam mesmo o nó? Será que finalmente as palavras chegam às consequências? 
 
Vai ser interessante perceber o sentido de voto dos socialistas na Assembleia Municipal. Nomeadamente os presidentes de junta que apelidaram Pedro Ribeiro de traidor. Como dizia na semana passada, a confiança política tem um preço e pelos vistos, na próxima quinta-feira é dia de cobrança!
 
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José Augusto de Jesus