Estamos a 20 anos de um novo ponto de partida!

17-12-2012 00:12

Na semana passada acabei a minha crónica questionando a possibilidade de podermos pensar em investimento. Falidos, sujeitos a que nos emprestem 45 milhões que vamos ter que pagar nos próximos 20 anos, presos a uma dupla austeridade, é praticamente impossível!

Esta semana, queria lembrar algum do investimento pensado para o Cartaxo, para um tempo que passou, por quem ainda cá anda e outros que querem cá voltar. Quando supostamente ainda era possível fazer do Cartaxo uma “terra viva”. A memória não tem que ser curta.

Prometeram-nos 1500 postos de trabalho em Zonas de Atividades Empresariais como o Casal Branco. Onde andam eles? Onde estão essas zonas empresariais que deveriam permitir a instalação de empresas como a Avipronto, só esta empresa iria permitir 600 posto de trabalho, lembram-se?

Prometeram-nos um Pavilhão Multiusos para 3500 espectadores para eventos desportivos, feiras, congressos e espetáculos. Onde está ele? Temos o Inatel e temos que nos contentar!

Prometeram-nos um novo centro escolar para Pontével, para 1300 alunos com biblioteca e espaços de convívio, permitindo melhores condições de ensino e aprendizagem. Prometeram-nos a ETAR de Vale da Pedra e Casais Lagartos. Prometeram-nos uma intervenção na área fluvial de Valada a que deram o nome pomposo de “Valada XXI”. Todavia, adjudicadas as obras, vão todas elas ser formalmente revogadas esta semana, em reunião de câmara, por proposta do executivo camarário.

E ainda há mais, mas podemos ficar por aqui. Já todos percebemos o “falhanço”!

O desenvolvimento do Cartaxo foi adiado por uma série de pessoas com responsabilidades de gestão autárquica. Entre caprichos concretizados, obras de retorno e sustentabilidade duvidosa e muitas promessas não cumpridas, chegamos a um ponto atrás da linha de partida, que vamos demorar 20 anos a alcançar.

E como se não bastasse, as mesmas pessoas que, a poucos dias de serem obrigadas, por lei, a apresentar o orçamento e as grandes opções da câmara para 2013, as mesmas pessoas que deveriam pugnar para incutir responsabilidade nos seus eleitos, nada mais fazem do que combaterem umas contra outras, sequiosas de não lhes faltar o poder a que uns e outros já se habituaram. Até parece que se esquecem que, uns mais outros menos, foram “todos eles” que nos trouxeram a “todos nós” até aqui, a 20 anos de chegarmos a um novo ponto de partida.

 

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José Augusto de Jesus