Incapacidade e falta de vontade!

04-02-2013 10:07

 

Um jornal diário nacional tem vindo a dedicar algumas das suas páginas ao poder local. Ontem foi a vez de passar à lupa o concelho do Cartaxo. Mais uma vez, o tema foi a falência da câmara: Mais de um ano para pagar dívidas, Autarquia teve de pedir ajuda ao estado e subiu todos os impostos - estes foram os títulos centrais desta reportagem especial. Até aqui nada de novo. Já aqui falamos tantas vezes do estado a que este concelho chegou. Infelizmente, já todos sabemos onde nos trouxeram e os sacrifícios que nos são agora impostos. 
 
O que me chamou a atenção na reportagem foram alguns números. Por exemplo, pode ler-se no jornal que o número de funcionários da autarquia eram 127 em 2011 e passaram a 254 em 2012. Obviamente estes são números bem distantes da realidade. O mapa de pessoal, constante dos orçamentos apresentados pelo executivo camarário, em 2011 registava 505 postos de trabalho, 443 em 2012 e para 2013 aponta para 388. 
 
Esta falta de acerto em números que são essenciais para a avaliação da autarquia do Cartaxo, sobretudo para a definição de um rumo sustentável, é algo que nos persegue há muitos anos. E a culpa não é os jornais, nem será das rádios ou até das oposições. A responsabilidade é de quem gere a câmara e é incapaz de, com muita transparência, divulgar as contas reais! Há quem diga que não é incapacidade, é mesmo falta de vontade. Bem, dividimos a coisa a meio e somos capazes de encontrar a verdade...
 
Vejam o seguinte exemplo: em Setembro do ano passado, o executivo camarário apresentava um Plano de Reequilíbrio Financeiro onde, para este ano, previa gastar, com os ordenados dos funcionários da câmara, 5 milhões de euros; passados 3 meses, no passado mês de Dezembro, o mesmo executivo, apresentou um orçamento, para este mesmo ano, mas dizendo que vai gastar mais  de 7 milhões de euros em ordenados. Como é isto possível? Em que ficamos?
 
E depois, ainda há quem tenha o descaramento de se insurgir contra os senhores do Tribunal de Contas, quando vêm pedir esclarecimentos ao executivo camarário. Aqueles "malandros", que só lhes falta serem declarados, oficialmente, os culpados das dívidas aos fornecedores da Câmara! Aqueles que pegam por tudo e por nada, por uma simples virgula... Lembram-se? 
 
Eu espero sinceramente que esses "malandros" do Tribunal de Contas não tenham passado pelo mesmo jornal que eu ontem. Ainda se arriscam a ficar mais baralhados...
 
 
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José Augusto de Jesus