Será que vai ser em 2013?

31-12-2012 01:57

Paulo Varanda, presidente da Câmara Municipal do Cartaxo disse, no início deste ano, que tinha recebido uma herança pesada e densa de Paulo Caldas. Ainda assim, com a confiança de Pedro Ribeiro, líder da concelhia do PS, comprometeu-se a executar um orçamento dizendo que 2012 seria o ano em que se pagaria a dívida a fornecedores e empreiteiros. Toda a oposição considerou este um orçamento surreal! E pelos vistos não se enganaram! As dívidas continuam por pagar e a execução orçamental foi, no mínimo, ridícula!

Paulo Varanda anunciou na mesma altura que iria convocar a oposição para a colocar a par da situação financeira da autarquia. Aqui não foi a oposição que se enganou, mas foi enganada! Esperaram sentados por uma convocatória que nunca existiu! Em Fevereiro, cansados de esperar, os vereadores do PSD na ainda pediram uma auditoria, mas a proposta foi chumbada pela maioria socialista! Apesar de instado a pronunciar-se por diversas vezes, Pedro Ribeiro continuou mudo e calado. Ainda não lhe convinha aparecer. Para mais quando o assunto era mexer em contas que ele, então vice-presidente, também ajudou a construir, talvez até mais que o próprio presidente Varanda.

As contas acabariam por ser conhecidas, mas por imposição da administração central. A famosa Lei dos Compromissos acabou por revelar, um município com 18 milhões de dívida, só de curto prazo!

Em Abril o executivo socialista anunciava que iria dar início a um processo de reequilíbrio financeiro, negociando com a banca passar a divida de curto e medio prazo para longo prazo. Começava aqui a perceber-se que o Cartaxo ficaria hipotecado para os próximos 20 anos!

Em Maio soubemos que a Inspeção Geral de Finanças ia fazer uma ação de fiscalização às despesas com pessoal na câmara do Cartaxo. Em Junho as notícias davam conta de um inspeção ao sector do urbanismo.

Também em Junho soubemos que a Câmara do Cartaxo estava a negociar não 18 mas 19 milhões de euros para pagamento das dívidas de curto prazo.

Em Outubro o executivo socialista assumia, preto no branco, a falência do município e assumia um resgate de 45 milhões de euros. Pedro Ribeiro, mais uma vez calou e consentiu. Pudera, a "festa" socialista no Cartaxo também contara com a sua participação – segundo alguns dos seus companheiros, uma participação de 12 anos! E nós, os que assistimos pudemos constatar que a nível distrital o Cartaxo lidera as autarquias endividadas e aparece nos primeiros lugares a nível nacional.

Em Novembro é publicada no DR a aceitação formal do resgate à Câmara do Cartaxo: 17,7 milhões de euros de PAEL e 27,3 milhões de euros de Reequilíbrio Financeiro.

E é nesta altura que Pedro Ribeiro decide aparecer! Garantido o dinheirinho, era tempo de tirar o tapete a Paulo Varanda. Intento democraticamente conseguido nas diretas que o consagraram como candidato autárquico. Zangaram-se as comadres! As verdades já as sabíamos...

E chegamos ao fim do ano com um orçamento de 72 milhões aprovado. 60% é, mais uma vez prometido, para pagar dívidas. Dias antes rasgaram-se do mapa dos investimentos a ETAR de Vale da Pedra e Casais Lagartos, o Centro Escolar de Pontével e o sonante Projeto Valada XXI! Agora só se paga dívida! Um resultado lógico do resgate pedido que a oposição considera que não vai chegar para resolver a situação catastrófica das contas do município...

Aqui chegados, a poucas horas do novo ano, o que deixo para nossa reflexão é uma questão clara. Uma questão que significa muito para todos nós que queremos olhar com esperança para 2013: será que vai ser em 2013 que o Cartaxo vai sair da falência estrutural em que se encontra? Será que os sacrifícios que todos vamos ter que suportar, pelo fracasso do projeto político do PS neste concelho, vão mesmo ter este almejado retorno?

Num ano de eleições autárquicas onde todos aqueles que representam esta falência, nomeadamente Paulo Varanda e Pedro Ribeiro, vão ser julgados nas urnas, o meu melhor desejo é que ao menos por uma vez possam acertar na gestão das contas deste município. Por uma só vez, antes de serem despedidos!

Um excelente 2013 para todos! E, já agora, até para o ano...


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José Augusto de Jesus